quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Entre flores e dedicação - Relato de uma experiência.

Neste mês, a convite do projeto Magia da Dança, a bailarina e coreógrafa argentina Irupé Sarmiento fez uma apresentação para crianças, pais e cuidadores do Hospital Pequeno Príncipe. Ela preparou uma coreografia na qual interpreta a lenda de seu nome. Irupé é o nome de uma flor e sua história de origem indígena fala de amor e de dedicação. A seguir, a bailarina escreveu sobre sua experiência de dançar na Praça do Bibinha e na Brinquedoteca e, mais importante, de seu encanto com as crianças.

Bailarina encontra no HPP paredes coloridas, tetos com desenhos de estrelas, brinquedos por todo lado e o ambiente com uma energia maravilhosa


"Fui convidada pela REVISTA DE DANÇA a dançar para as crianças do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba no dia 6 de agosto.

Em geral, para mim, quando pensamos em hospital, a imagem que me vem à cabeça é de um lugar triste. Mas, ao chegar lá, já na porta esta imagem ficou completamente transformada - as paredes coloridas, os tetos com desenhos de estrelas, brinquedos por todo lado e o ambiente com uma energia maravilhosa. Quem trabalha ou é voluntário no HPP sempre tem sorriso e disponibilidade para ajudar quem precisa.

Sandra, de rosa, na plateia improvisada, para assistir ao trabalho de Irupé

Primeiro fomos para a brinquedoteca do 5° andar. Algumas crianças brincavam com diferentes jogos e eram acompanhadas pelos pais, que desta forma saíam dos quartos para trocar de ares. Lá conheci a Beatriz de Souza. Ela deveria ter aproximadamente uns 10 anos e estava chegando do quarto, sem saber muito bem o que queria fazer e sem se sentir confortável de ter trocado de ambiente. A produtora da Revista de Dança comentou que iríamos fazer uma oficina de balé e que eu ia dançar para eles. Os olhos de Beatriz ficaram iluminados e imediatamente ficou atenta ao que iria acontecer. Contei um pouco da história do balé O lago dos cisnes (1895) e de O quebra-nozes (1892) e dancei. Mostrei as posições do balé clássico. Depois disso, pedi para ela inventar uma história para eu dançar, a felicidade que saía de seu rosto: era luz para qualquer coração. No fim, perguntei se ela queria aprender a dançar e ali ficamos dançando juntas. Foi um momento mágico que tocou minha alma e me fez pensar em tantas coisas.

"Fui convidada pela Revista de Dança a dançar para as crianças do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, no dia 6 de agosto", diz bailarina

Na Praça do Bibinha, local no qual as  apresentações acontecem,  contei a história de meu nome – que é o nome de uma flor –  e dancei novamente. Dei de presentes flores de papel que simbolizam meu nome – eu as tinha feito durante a semana. Como explicar as carinhas das crianças e seus pais e cuidadores, de cada um que assistia à apresentação? Cada um reagia de uma forma diferente e devolvia aquela sensação de forma única.

Entre as crianças da plateia estava Sandra de Campos, outro anjo que alegrou meu coração. Ela assistiu a apresentação do início ao fim, dançou comigo, brincou... Ela nos ensinou a falar polaco.

Quando participamos de projetos assim achamos que vamos dar alegria e amenizar o dia a dia das pessoas, mas, na verdade, são eles que transformam nossas vidas. Saí de lá apaixonada por cada um deles, pela luz maravilhosa que trazem e pela paz e alegria que transmitem. Foi uma das experiências mais incríveis que vivi. Meu coração ficou lá com eles. E sempre que puder gostaria de voltar.”

Crianças, pais e funcionarios do HPP param para assistir à apresentação da argentina


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Dança indiana na Praça do Bibinha

Por Marcela Benvegnu

A apresentação do projeto Magia da Dança, no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, no mês de julho, transformou novamente a Praça do Bibinha, em palco. Desta vez não teve apresentação de sapateado ou de balé clássico, mas, sim, de dança indiana. As bailarinas Citralekha Devi Dasi e Bibiana, duas artistas com trabalhos dedicados às crianças, apresentaram alguns números de dança, contaram a história sobre o menino Krishna, que é azulzinho, peralta, maroto, usa uma pena de pavão na cabeça e toca uma flauta e também ensinaram alguns mudras, como o passarinho e o da rosa.


                                                                                 Fotos: Bia Fonseca
Citralekha Devi Dasi e Bibiana, dois grandes nomes do estilo no Brasil, apresentaram alguns números de dança
Kayk Mariano da Silva de Azevedo, 6 anos, era um dos mais curiosos. Ele recebeu das bailarinas um pratinho e tocava seguindo a música. “Parece o sino da vaquinha”, disse o garoto. Curioso perguntou de onde vinha essa dança e Citralekha respondeu que é uma dança sagrada que vem da Índia e que lá as crianças com três anos de idade já aprendem os movimentos das mãos, que são uma das principais características deste estilo. “Eu só tinha visto essa dança na novela. É bem bonita. Essas apresentações na Praça do Bibinha fazem o tempo aqui no HPP passar mais rápido, eu gosto bastante”, revelou Adriana Mariano, 28, mãe de Kayk.

Larissa imitou o tempo todo os mudras
Larissa Camargo, 4, que recebeu das bailarinas um bindi (aquele apetrecho colorido e indiano que é colocados no meio da testa) imitou o tempo todo os mudras com as mãozinhas. Sua mãe, Ilda, 37, disse que se surpreendeu com a menina, que é tímida, pois ela queria tirar uma foto com as bailarinas. “Larissa gosta bastante de dança. Eu também. Acho que é uma arte criativa”, disse Ilda.  
Quem também viu dança indiana pela primeira vez no HPP foi Marlene Alves Silva, 47, mãe de Wesdlly, 5. “Achei a dança muito bonita. Mais bonita do que na televisão. Meu filho gosta de música também, ele já tinha tocado o pratinho na igreja e achei bem divertido”, disse Marlene.

Bailarinas deram bindis, apetrecho colorido colocados no meio da testa, para crianças


Depois de mais uma coreografia as bailarinas ensinaram os presentes a fazerem vento e rosas, com os braços e mãos “Achei tudo muito legal”, disse Geovana Ianoski, 7.

Crianças ouviram a história do menino Krishna