quinta-feira, 1 de novembro de 2012


A vez do hip hop no HPP

Por Marcela Benvegnu com colaboração de Maria Fernanda Gonçalves

Depois das apresentações de balé clássico, dança contemporânea, estilo livre e sapateado, foi a vez do hip hop tomar conta da Praça do Bibinha, no Hospital Pequeno Príncipe, com o grupo Brainstorm, de Curitiba, na última semana.

Os bailarinos de hip hop se preparam para iniciar a apresentação na praça do Bibinha

O dia estava quente e quem chegava para a apresentação tentava adivinhar o que ia ver. Fabiele Fortes, 11, e Maria Júlia Loyola, 9, apostaram no balé clássico. “Acho que é balé. Nunca assisti ao vivo” disse Fabiele, que reencontrou a equipe do projeto Magia da Dança, aquele dia. Ela participou em março, da primeira atividade da Revista de Dança no HPP, quando viu figurinos de balés de repertório e de dança contemporânea, além da sapatilha com a “ponta quadradinha”. “Tenho até gravado no meu celular as imagens do balé que vocês mostraram na sala de Educação e Cultura. Estou ansiosa para saber que dança tem hoje”, disse.

Depois da apresentação, uma conversa especial com as crianças
  
Foi o som do blues e do hip hop que chamou atenção de muitos presentes no HPP naquela tarde, e quando Juliana Roumbedakis, Pamela de Brito, Eduardo Alcântara e Raphael Simões, do Brainstorm, começaram a se movimentar, quem estava por ali grudou os olhos na coreografia. O público pode assistir Syncopation, uma coreografia regida pelas batidas aparentemente irregulares da música, que apresenta movimentações e dinâmicas diferentes.

Flávia Bueno com a mãe Larissa acaba de ver a apresentação

“Essas apresentações animam e ajudam na recuperação. Quando elas acontecem, eles começam a se alimentar melhor e tem motivação para participar das atividades”, revela Joelma Horfucke, 45, empresária, tia de Pedro Augusto Souza, 5. Eduardo José Wolfart, 12, confessou que nunca foi ligado em dança, mas que depois desta apresentação iria prestar mais atenção. “Foi muito legal!”, disse.


Nossa repórter Maria Fernanda Gonçalves entrevista as meninas Fabiele e Maria Júlia

A jovem Flávia Bueno da Silva, 15, mostrava no sorriso a aprovação. Sua mãe, Larissa Teixeira Bueno, 35, disse que a filha, que gosta de música, adorou o hip hop. “Foi muito bonito. Conhecia essa dança de ver na televisão, mas, ao vivo, foi a primeira vez”, contou o técnico em segurança, Julio César Mollina, 39, pai de Cauã, 6. “Lá em casa, é só colocar música que ele começa a dançar”. 


Na brinquedoteca, as crianças também puderam assistir ao grupo

Assim que a apresentação na Praça do Bibinha terminou, os bailarinos puderam responder algumas perguntas da plateia, que queria saber um pouco mais sobre eles. “Nos conhecemos por causa da dança. Tem muitos festivais e nos encontramos. O nome Brainstorm, em inglês, quer dizer uma tempestade de ideias. Queríamos que todos dessem sua participação na criação das coreografias. Todos nós somos professores e coreógrafos”, conta Juliana.

As crianças ficaram atentas com os passos

Depois do encontro e de fotos com a  plateia, o grupo seguiu para a Brinquedoteca e acabou levando seguidores. Cauã e Fabiele foram com eles. “Quando eles começaram parecia uma explosão. Eu não esperava nada e foi uma surpresa muito grande. Agora vou brincar com eles”, disse Fabiele.

Na praça do Bibinha teve até crianças que quiseram experimentar a coreografia
   
A experiência também foi importante para os bailarinos. “Foi muito gratificante. Trazer alegria para as crianças nos faz bem. Dança é dança em qualquer lugar. Viemos ao HPP para trazer um pouco do que sentimos e um pouco do que a gente sabe”, disse Juliana. “O mais importante é vermos as crianças felizes.. Sempre bom trazer arte para as pessoas. Dá pra ver que elas reconhecem nosso trabalho e gostam”, acredita Eduardo Alcântara. 

Para as crianças, o hip hop foi uma explosão


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Entre bailarinos, palhaços e sorrisos


Por Marcela Benvegnu

Era dia de sol em Curitiba e pontualmente às 13h30, na última semana, a Cia. de Dança Masculina Jair Moraes, de Curitiba, chegou ao Hospital Pequeno Príncipe, para mais uma apresentação do projeto Magia da Dança, na Praça do Bibinha. Enquanto os pacientes, os cuidadores e os acompanhantes iam sendo avisados que a apresentação começaria em pouco tempo, o local começou a ser modificado. Ali, como tem acontecido todo o mês, o espaço tem se transformado em um pequeno teatro.

Cia. Masculina Jair Moraes

Os bailarinos acompanhados de o diretor se posicionaram no local para que o corpo entendesse e ao mesmo tempo se adaptasse ao novo espaço. O som foi testado, as cadeiras foram colocadas em círculo. As crianças começaram a chegar e curiosas não sabiam direito o que iria acontecer: um grupo de palhaços? Meninos? Eles dançam?




“Mas menino também dança?”, perguntou Thobias Palermo Moraes, 8 anos. Dança! Thobias e outras dezenas de crianças puderam assistir à apresentação do grupo que optou por interpretar uma trupe circense, com direito a maquiagem e nariz de palhaço. “Eu não sabia que também poderia dançar. Adorei e queria ser um palhaço como eles”, disse o garoto. Quem também se divertiu muito e brincou com um dos bailarinos foi Nathália Moraes, 4, que gostou de bater palmas com um deles.







BRINQUEDOTECA - Depois de muita dança, saltos e piruetas com as crianças na praça, foi a vez da trupe subir para a Brinquedoteca do 5o andar, que estava cheia de crianças curiosas para brincarem com aqueles rapazes de narizes vermelhos. “Hoje, pela primeira vez, em me senti fora do hospital. Essas ações são bacanas porque nos fazem sair da rotina e esquecer um pouco o porque estamos aqui”, disse Iviane Dália Ferreira, 31, mãe do pequeno Miguel Ferreira Cruz, 2.



Miguel Ferreira Cruz se divertiu com os palhaços bailarinos

Miguel e a mãe cantam com um dos bailarinos

A performance da Cia. de Dança Masculina Jair Moraes no HPP apresentou a dança pela primeira vez para Rosana Oliveira da Silva, 27, que estava com o filho, Pedro Henrique da Silva Moraes Azevedo, 1. “Eu nunca tinha visto isso em nenhum lugar. Eles dançam de forma bonita e depois brincam com as crianças. Assim elas perdem o medo dos palhaços”, disse. Stefan Paber, 10, concorda. “Eu tinha medo e não tenho mais. Gostei de brincar com eles”. “Disso tudo o que vale é a pessoa vir aqui fazer algo de bom para as crianças e depois ver que o meu filho está sorrindo para eles”, finaliza Margarete Paber.


Stefan Paber - Depois da apresentação, sem medo de palhaços


ENCONTRO ESPECIAL - A apresentação no HPP foi especial para um bailarino particularmente. Thiago Macedo, 27 anos, ficou emocionado ao chegar ao Pequeno Príncipe. Para ele, o encontro seria diferente, ele já foi um paciente e hoje pode trazer o mesmo carinho que o trataram. “Pela primeira vez, pude retribuir ao Hospital Pequeno Príncipe o que um dia fizeram por mim. Eu me tratei aqui por oito anos aqui e me lembro dessas ações com carinho. Hoje voltar para dançar para eles e dividir um pouco da minha alegria é muito especial. Estou emocionado”, diz.



Thiago Macedo de volta ao HPP, agora como voluntário


Brincadeira de criança com os bailarinos
“Foi muito gratificante participar deste projeto e dançar para eles”. Evandro Teixeira, 25

Entre um jogo e outro, uma dança

“Me surpreendi como eles são abertos para a gente. Se a gente chega feliz, eles também ficam. É maravilhoso”. Leonardo da Cruz, 25



Diversão em forma de solidariedade
“Foi muito gostoso. Fiquei com medo inicialmente porque não sabia o que encontrar. Mas foi gratificante”. Emmanuel Fagundes, 25


Movimento na Brinquedoteca do 5º andar
“A gente percebe o carinho deles no olhar”. Wesley Tavares, 18


Jair Moraes em brincadeira

“É de extrema importância para o artista que ele divida um pouco da sua arte com o outro que não tem acesso. A vida do bailarino é difícil e aqui eles encontram outra realidade. É uma troca de aprendizado constante que só nos faz melhores como seres humanos”, Jair Moraes, diretor do grupo

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Entre flores e dedicação - Relato de uma experiência.

Neste mês, a convite do projeto Magia da Dança, a bailarina e coreógrafa argentina Irupé Sarmiento fez uma apresentação para crianças, pais e cuidadores do Hospital Pequeno Príncipe. Ela preparou uma coreografia na qual interpreta a lenda de seu nome. Irupé é o nome de uma flor e sua história de origem indígena fala de amor e de dedicação. A seguir, a bailarina escreveu sobre sua experiência de dançar na Praça do Bibinha e na Brinquedoteca e, mais importante, de seu encanto com as crianças.

Bailarina encontra no HPP paredes coloridas, tetos com desenhos de estrelas, brinquedos por todo lado e o ambiente com uma energia maravilhosa


"Fui convidada pela REVISTA DE DANÇA a dançar para as crianças do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba no dia 6 de agosto.

Em geral, para mim, quando pensamos em hospital, a imagem que me vem à cabeça é de um lugar triste. Mas, ao chegar lá, já na porta esta imagem ficou completamente transformada - as paredes coloridas, os tetos com desenhos de estrelas, brinquedos por todo lado e o ambiente com uma energia maravilhosa. Quem trabalha ou é voluntário no HPP sempre tem sorriso e disponibilidade para ajudar quem precisa.

Sandra, de rosa, na plateia improvisada, para assistir ao trabalho de Irupé

Primeiro fomos para a brinquedoteca do 5° andar. Algumas crianças brincavam com diferentes jogos e eram acompanhadas pelos pais, que desta forma saíam dos quartos para trocar de ares. Lá conheci a Beatriz de Souza. Ela deveria ter aproximadamente uns 10 anos e estava chegando do quarto, sem saber muito bem o que queria fazer e sem se sentir confortável de ter trocado de ambiente. A produtora da Revista de Dança comentou que iríamos fazer uma oficina de balé e que eu ia dançar para eles. Os olhos de Beatriz ficaram iluminados e imediatamente ficou atenta ao que iria acontecer. Contei um pouco da história do balé O lago dos cisnes (1895) e de O quebra-nozes (1892) e dancei. Mostrei as posições do balé clássico. Depois disso, pedi para ela inventar uma história para eu dançar, a felicidade que saía de seu rosto: era luz para qualquer coração. No fim, perguntei se ela queria aprender a dançar e ali ficamos dançando juntas. Foi um momento mágico que tocou minha alma e me fez pensar em tantas coisas.

"Fui convidada pela Revista de Dança a dançar para as crianças do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, no dia 6 de agosto", diz bailarina

Na Praça do Bibinha, local no qual as  apresentações acontecem,  contei a história de meu nome – que é o nome de uma flor –  e dancei novamente. Dei de presentes flores de papel que simbolizam meu nome – eu as tinha feito durante a semana. Como explicar as carinhas das crianças e seus pais e cuidadores, de cada um que assistia à apresentação? Cada um reagia de uma forma diferente e devolvia aquela sensação de forma única.

Entre as crianças da plateia estava Sandra de Campos, outro anjo que alegrou meu coração. Ela assistiu a apresentação do início ao fim, dançou comigo, brincou... Ela nos ensinou a falar polaco.

Quando participamos de projetos assim achamos que vamos dar alegria e amenizar o dia a dia das pessoas, mas, na verdade, são eles que transformam nossas vidas. Saí de lá apaixonada por cada um deles, pela luz maravilhosa que trazem e pela paz e alegria que transmitem. Foi uma das experiências mais incríveis que vivi. Meu coração ficou lá com eles. E sempre que puder gostaria de voltar.”

Crianças, pais e funcionarios do HPP param para assistir à apresentação da argentina


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Dança indiana na Praça do Bibinha

Por Marcela Benvegnu

A apresentação do projeto Magia da Dança, no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, no mês de julho, transformou novamente a Praça do Bibinha, em palco. Desta vez não teve apresentação de sapateado ou de balé clássico, mas, sim, de dança indiana. As bailarinas Citralekha Devi Dasi e Bibiana, duas artistas com trabalhos dedicados às crianças, apresentaram alguns números de dança, contaram a história sobre o menino Krishna, que é azulzinho, peralta, maroto, usa uma pena de pavão na cabeça e toca uma flauta e também ensinaram alguns mudras, como o passarinho e o da rosa.


                                                                                 Fotos: Bia Fonseca
Citralekha Devi Dasi e Bibiana, dois grandes nomes do estilo no Brasil, apresentaram alguns números de dança
Kayk Mariano da Silva de Azevedo, 6 anos, era um dos mais curiosos. Ele recebeu das bailarinas um pratinho e tocava seguindo a música. “Parece o sino da vaquinha”, disse o garoto. Curioso perguntou de onde vinha essa dança e Citralekha respondeu que é uma dança sagrada que vem da Índia e que lá as crianças com três anos de idade já aprendem os movimentos das mãos, que são uma das principais características deste estilo. “Eu só tinha visto essa dança na novela. É bem bonita. Essas apresentações na Praça do Bibinha fazem o tempo aqui no HPP passar mais rápido, eu gosto bastante”, revelou Adriana Mariano, 28, mãe de Kayk.

Larissa imitou o tempo todo os mudras
Larissa Camargo, 4, que recebeu das bailarinas um bindi (aquele apetrecho colorido e indiano que é colocados no meio da testa) imitou o tempo todo os mudras com as mãozinhas. Sua mãe, Ilda, 37, disse que se surpreendeu com a menina, que é tímida, pois ela queria tirar uma foto com as bailarinas. “Larissa gosta bastante de dança. Eu também. Acho que é uma arte criativa”, disse Ilda.  
Quem também viu dança indiana pela primeira vez no HPP foi Marlene Alves Silva, 47, mãe de Wesdlly, 5. “Achei a dança muito bonita. Mais bonita do que na televisão. Meu filho gosta de música também, ele já tinha tocado o pratinho na igreja e achei bem divertido”, disse Marlene.

Bailarinas deram bindis, apetrecho colorido colocados no meio da testa, para crianças


Depois de mais uma coreografia as bailarinas ensinaram os presentes a fazerem vento e rosas, com os braços e mãos “Achei tudo muito legal”, disse Geovana Ianoski, 7.

Crianças ouviram a história do menino Krishna


terça-feira, 26 de junho de 2012

Um encontro de amor – Escola de Dança do Teatro Guaíra no HPP

Por Marcela Benvegnu


Bailarinos do Guaíra em tarde de festa no Hopital Pequeno Príncipe

As cadeiras coloridas colocadas no centro da Praça do Bibinha já anunciavam que algo diferente ia acontecer ali, na segunda-feira, dia 11 de junho. 

Assim que a coreografia se iniciou, os olhinhos se iluminaram

O espaço se iluminou com uma apresentação especial dentro do projeto Magia da Dança com os alunos da Escola de Dança do Teatro Guaíra, de Curitiba, uma das mais conceituadas do País. 

Atividades lúdicas para pacientes e pais leva a dança para perto dos pequenos

 Uma vez por mês, o projeto leva uma atividade diferente para o Hospital Pequeno Príncipe como apresentação, palestra, atividades lúdicas, e outras.

Trecho da coreografia que retrata Bramca de Neve, a fada e os sete mineiros

A coreografia de Patrícia Otto foi montada e escolhida especialmente para a apresentação e retratava Branca de Neve, a Fada e os sete mineiros. As crianças puderam ver o conto de fadas dos livros de histórias infantis em movimento e os bailarinos tiveram um sentimento diferente: em vez de dançarem no palco sob luzes, longe da plateia, agora eles dançaram muito perto das crianças, e estas, ao lado de seus pais e cuidadores, puderam ver detalhes da coreografia, do figurino, sentir a respiração dos bailarinos. Detalhes que, às vezes, o palco esconde.

 
Fada usando sapatilhas de ponta encantou a meninada

 A presença da Fada, que não está na história original, foi escolha do grupo de bailarinos, em conjunto com Patrícia Otto, para que a coreografia pudesse aproximar ainda mais as crianças da imagem da bailarina. “Fizemos essa construção juntos e eles pensaram na fadinha porque as crianças gostam de ver a bailarina com as sapatilhas de ponta”, explica. Assim, a Fada e a Branca de Neve, com suas sapatilhas, apresentaram solos e depois se juntaram a trupe de mineiros, que por meio da dança enfatizavam cada um dos personagens.

Proximidade com o público proporciona momento prazeroso aos bailarinos do Guaíra

A identificação das crianças foi imediata e, claro, percebida pelos bailarinos. “Consegui prestar atenção em um menininho que ria muito! Na maioria das vezes, nos teatros, não temos proximidade com o público. No Pequeno Príncipe foi bem diferente. É mais legal, mais prazeroso de dançar”, fala Mariana Pereira, bailarina do grupo. Além de Mariana, participaram desta apresentação Beatriz Marinho, Beatriz Sarnowski, Marielly Batista, Ana Paula Monteiro, Eduardo Telma, Lucas Aleixo, Igor Martins e William Sprung.

Artistas ao lado das crianças: enriquecimento pessoal, conforme diz coreógrafa

Para Patrícia, o convite da Revista de Dança (dentro do projeto Magia da Dança) para que a Escola de Dança do Teatro Guaíra fizesse uma apresentação dentro do Hospital Pequeno Príncipe foi “um enriquecimento pessoal”. Ela diz que os palcos e festivais são importantes, mas oportunidades como esta reabastecem o artista e o fazem pensar sobre a dança neste “outro chão, para outras presenças”. “Isso nos dá forças para outras coisas”, avalia.

Encontro
Fim da apresentação é marcado por momento poético

A despedida dos bailarinos dos pacientes do Pequeno Príncipe foi especial. Eles entregaram para cada criança uma bexiga vermelha em formato de coração, um livrinho, lápis de cor e uma estrela pisca-pisca e, quando encontraram pelo corredor a paciente Lavínia dos Santos, 13, receberam uma mensagem importante, que ia além da entrega dos presentes. 

Lavínia, o "anjo do amor": alegria ao ver a felicidade estampada na cara dos bailarinos

 “O que eu mais gosto é da felicidade, do sorriso de quem me dá o presente. Com esta estrela, vou fazer a balada dos anjos”, disse abraçando as bailarinas. Lavínia se titula um “Anjo do Amor” e foi com esse sentimento que os bailarinos saíram do hospital, com a sensação de que o amor transpõe barreiras e que cada um, com a sua própria arte, pode modificar a vida, o dia ou alguns instantes da vida de um outra pessoa.


sexta-feira, 8 de junho de 2012

Um dia na Brinquedoteca do HPP


Por Marcela Benvegnu 
 
As atividades realizadas com dança são interessantes pois é um modo diferente de abordar a arte
“Há muitos anos eu não brincava de boneca ou fazia desenhos”, disse Erika Novachi durante a atividade da Revista de Dança no HPP no mês passado. “Fiquei encantada com uma garotinha chamada Fernanda de Oliveira, 1. Brincamos de fazer desenho de bailarina, de vestir as partes do corpo das bonecas, de encaixar formas. E ela fazia tudo, depois guardava os brinquedos e ainda dava tchau para eles!”, relembra Erika. “As atividades realizadas com dança são interessantes pois é um modo diferente de abordar a arte. Quem não gosta de brinquedos, música ou bagunça?”, diz seu pai, Fernando Oliveira.

Marcela Benvegnu: leitura e brincadeiras de fazer desenho de bailarina, de vestir as partes do corpo das bonecas
 “Eu vim para Curitiba para fazer arte com dança. Coisas que às vezes não tenho e não tive tempo para fazer com os meus filhos. Mudei a minha agenda toda e me sinto muito feliz”, disse a coreógrafa. É esse mesmo sentimento que move Ingra Alberti, voluntária da Brinquedoteca há 11 anos. “Eu deixo tudo para estar aqui duas vezes por semana. Se tem louça para lavar ou qualquer coisa para fazer, fica em segundo plano. As segundas e quintas-feiras, as minhas tardes são das crianças no HPP. Depois resolvo tudo o que tenho para resolver”, revelou. 


Fiquei encantada com uma garotinha chamada Fernanda de Oliveira, 1", diz Erika.
Aqui podemos fazer uma reflexão de que as atividades organizadas pelo Hospital têm via de mão dupla. As pessoas doam sua criatividade, seu tempo, sua energia e ganham em troca contato humano, convivência com outras pessoas, além de aprenderem muitas coisas novas, conhecerem outras realidades e ganharem novas experiências. Essas visitas são ricas porque valorizam a solidariedade e o compromisso com o outro. Nas oficinas do Hospital, não é preciso atender a um grande número de crianças naquele dia, apenas tentar trazer algo de bom e diferente para uma delas. Mas o mais importante de tudo é a (mu)dança que o HPP é capaz de fazer em cada uma das pessoas que participam do projeto.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Belinda de muitas formas

Por Marcela Benvegnu

Marcela Benvegnu e Erika Novachi (em pé) contam a história de Belinda
 Como contar a história da Belinda para crianças pequenas? Esse foi o desafio enfrentado pela equipe da Revista de Dança e por Erika Novachi, na atividade da semana retrasada no Hospital Pequeno Príncipe.

A pequena Julia da Silva conheceu as sapatilhas usadas por bailarinos

 Julia da Silva, 3, foi atraída pela capa do livro e por sapatilhas de verdade que levamos para a ação. A história foi ganhando vida pelo olhar da garota que quando viu os pés da Belinda fez cara de susto. “Muito grande”, ela disse. A mãe da pequena, Josiane de Oliveira, também ouviu a história. “Essas atividades são interessantes porque trazem a vinda de outros profissionais para o hospital e, sobretudo, novos conteúdos. Aqui ela sente falta da escola e as brincadeiras ajudam a passar o tempo”, disse.

Pietro, que prefere observar a dança da TV

 Apesar de Pietro Brito, 1, não saber ler e também não se interessar pela Belinda, ele pode vivenciar a dança no corpo de um desenho que passava na TV naquele momento. O vídeo era do desenho animado The backyardigans, em que os bonecos dançam o tempo todo – e, diga-se de passagem, com muita técnica e referência ao balé. O desafio então foi mostrar ao pequeno quais partes do corpo de seu personagem favorito, Tyrone, se moviam. “Ele escuta a música do desenho e começa a se mexer. A gente tem toda a coleção e os bonecos”, diz Cléber Brito, pai de Pietro. E, para completar a brincadeira, Erika Novachi aproveitou para montar um quebra-cabeça com o garoto.
Erika está acostumada a enxergar o corpo profissionalmente criando coreografias ou dando aulas e, durante sua passagem pelo hospital, teve a tarefa de mostrar o corpo de forma lúdica. Crianças pequenas, como Pietro, já conseguem exploram o corpo, mesmo que de forma simples como mexer pés e mãos, e estes estímulos ajudam a desenvolver a coordenação motora, a memória, a melhorar os movimentos, entre outras habilidades. 

Belinda, a bailarina que conquistou a criançada do Pequeno Príncipe
 Hoje, muitos desenhos ou filmes infantis, como no exemplo acima, procuram meios de mostrar movimentos e incentivar crianças. Uma prova de que a magia da dança não tem idade ou meio ideal. Basta experimentar.
O que mais aconteceu nessa atividade no HPP? Fique de olho no blog e descubra.