terça-feira, 26 de junho de 2012

Um encontro de amor – Escola de Dança do Teatro Guaíra no HPP

Por Marcela Benvegnu


Bailarinos do Guaíra em tarde de festa no Hopital Pequeno Príncipe

As cadeiras coloridas colocadas no centro da Praça do Bibinha já anunciavam que algo diferente ia acontecer ali, na segunda-feira, dia 11 de junho. 

Assim que a coreografia se iniciou, os olhinhos se iluminaram

O espaço se iluminou com uma apresentação especial dentro do projeto Magia da Dança com os alunos da Escola de Dança do Teatro Guaíra, de Curitiba, uma das mais conceituadas do País. 

Atividades lúdicas para pacientes e pais leva a dança para perto dos pequenos

 Uma vez por mês, o projeto leva uma atividade diferente para o Hospital Pequeno Príncipe como apresentação, palestra, atividades lúdicas, e outras.

Trecho da coreografia que retrata Bramca de Neve, a fada e os sete mineiros

A coreografia de Patrícia Otto foi montada e escolhida especialmente para a apresentação e retratava Branca de Neve, a Fada e os sete mineiros. As crianças puderam ver o conto de fadas dos livros de histórias infantis em movimento e os bailarinos tiveram um sentimento diferente: em vez de dançarem no palco sob luzes, longe da plateia, agora eles dançaram muito perto das crianças, e estas, ao lado de seus pais e cuidadores, puderam ver detalhes da coreografia, do figurino, sentir a respiração dos bailarinos. Detalhes que, às vezes, o palco esconde.

 
Fada usando sapatilhas de ponta encantou a meninada

 A presença da Fada, que não está na história original, foi escolha do grupo de bailarinos, em conjunto com Patrícia Otto, para que a coreografia pudesse aproximar ainda mais as crianças da imagem da bailarina. “Fizemos essa construção juntos e eles pensaram na fadinha porque as crianças gostam de ver a bailarina com as sapatilhas de ponta”, explica. Assim, a Fada e a Branca de Neve, com suas sapatilhas, apresentaram solos e depois se juntaram a trupe de mineiros, que por meio da dança enfatizavam cada um dos personagens.

Proximidade com o público proporciona momento prazeroso aos bailarinos do Guaíra

A identificação das crianças foi imediata e, claro, percebida pelos bailarinos. “Consegui prestar atenção em um menininho que ria muito! Na maioria das vezes, nos teatros, não temos proximidade com o público. No Pequeno Príncipe foi bem diferente. É mais legal, mais prazeroso de dançar”, fala Mariana Pereira, bailarina do grupo. Além de Mariana, participaram desta apresentação Beatriz Marinho, Beatriz Sarnowski, Marielly Batista, Ana Paula Monteiro, Eduardo Telma, Lucas Aleixo, Igor Martins e William Sprung.

Artistas ao lado das crianças: enriquecimento pessoal, conforme diz coreógrafa

Para Patrícia, o convite da Revista de Dança (dentro do projeto Magia da Dança) para que a Escola de Dança do Teatro Guaíra fizesse uma apresentação dentro do Hospital Pequeno Príncipe foi “um enriquecimento pessoal”. Ela diz que os palcos e festivais são importantes, mas oportunidades como esta reabastecem o artista e o fazem pensar sobre a dança neste “outro chão, para outras presenças”. “Isso nos dá forças para outras coisas”, avalia.

Encontro
Fim da apresentação é marcado por momento poético

A despedida dos bailarinos dos pacientes do Pequeno Príncipe foi especial. Eles entregaram para cada criança uma bexiga vermelha em formato de coração, um livrinho, lápis de cor e uma estrela pisca-pisca e, quando encontraram pelo corredor a paciente Lavínia dos Santos, 13, receberam uma mensagem importante, que ia além da entrega dos presentes. 

Lavínia, o "anjo do amor": alegria ao ver a felicidade estampada na cara dos bailarinos

 “O que eu mais gosto é da felicidade, do sorriso de quem me dá o presente. Com esta estrela, vou fazer a balada dos anjos”, disse abraçando as bailarinas. Lavínia se titula um “Anjo do Amor” e foi com esse sentimento que os bailarinos saíram do hospital, com a sensação de que o amor transpõe barreiras e que cada um, com a sua própria arte, pode modificar a vida, o dia ou alguns instantes da vida de um outra pessoa.


sexta-feira, 8 de junho de 2012

Um dia na Brinquedoteca do HPP


Por Marcela Benvegnu 
 
As atividades realizadas com dança são interessantes pois é um modo diferente de abordar a arte
“Há muitos anos eu não brincava de boneca ou fazia desenhos”, disse Erika Novachi durante a atividade da Revista de Dança no HPP no mês passado. “Fiquei encantada com uma garotinha chamada Fernanda de Oliveira, 1. Brincamos de fazer desenho de bailarina, de vestir as partes do corpo das bonecas, de encaixar formas. E ela fazia tudo, depois guardava os brinquedos e ainda dava tchau para eles!”, relembra Erika. “As atividades realizadas com dança são interessantes pois é um modo diferente de abordar a arte. Quem não gosta de brinquedos, música ou bagunça?”, diz seu pai, Fernando Oliveira.

Marcela Benvegnu: leitura e brincadeiras de fazer desenho de bailarina, de vestir as partes do corpo das bonecas
 “Eu vim para Curitiba para fazer arte com dança. Coisas que às vezes não tenho e não tive tempo para fazer com os meus filhos. Mudei a minha agenda toda e me sinto muito feliz”, disse a coreógrafa. É esse mesmo sentimento que move Ingra Alberti, voluntária da Brinquedoteca há 11 anos. “Eu deixo tudo para estar aqui duas vezes por semana. Se tem louça para lavar ou qualquer coisa para fazer, fica em segundo plano. As segundas e quintas-feiras, as minhas tardes são das crianças no HPP. Depois resolvo tudo o que tenho para resolver”, revelou. 


Fiquei encantada com uma garotinha chamada Fernanda de Oliveira, 1", diz Erika.
Aqui podemos fazer uma reflexão de que as atividades organizadas pelo Hospital têm via de mão dupla. As pessoas doam sua criatividade, seu tempo, sua energia e ganham em troca contato humano, convivência com outras pessoas, além de aprenderem muitas coisas novas, conhecerem outras realidades e ganharem novas experiências. Essas visitas são ricas porque valorizam a solidariedade e o compromisso com o outro. Nas oficinas do Hospital, não é preciso atender a um grande número de crianças naquele dia, apenas tentar trazer algo de bom e diferente para uma delas. Mas o mais importante de tudo é a (mu)dança que o HPP é capaz de fazer em cada uma das pessoas que participam do projeto.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Belinda de muitas formas

Por Marcela Benvegnu

Marcela Benvegnu e Erika Novachi (em pé) contam a história de Belinda
 Como contar a história da Belinda para crianças pequenas? Esse foi o desafio enfrentado pela equipe da Revista de Dança e por Erika Novachi, na atividade da semana retrasada no Hospital Pequeno Príncipe.

A pequena Julia da Silva conheceu as sapatilhas usadas por bailarinos

 Julia da Silva, 3, foi atraída pela capa do livro e por sapatilhas de verdade que levamos para a ação. A história foi ganhando vida pelo olhar da garota que quando viu os pés da Belinda fez cara de susto. “Muito grande”, ela disse. A mãe da pequena, Josiane de Oliveira, também ouviu a história. “Essas atividades são interessantes porque trazem a vinda de outros profissionais para o hospital e, sobretudo, novos conteúdos. Aqui ela sente falta da escola e as brincadeiras ajudam a passar o tempo”, disse.

Pietro, que prefere observar a dança da TV

 Apesar de Pietro Brito, 1, não saber ler e também não se interessar pela Belinda, ele pode vivenciar a dança no corpo de um desenho que passava na TV naquele momento. O vídeo era do desenho animado The backyardigans, em que os bonecos dançam o tempo todo – e, diga-se de passagem, com muita técnica e referência ao balé. O desafio então foi mostrar ao pequeno quais partes do corpo de seu personagem favorito, Tyrone, se moviam. “Ele escuta a música do desenho e começa a se mexer. A gente tem toda a coleção e os bonecos”, diz Cléber Brito, pai de Pietro. E, para completar a brincadeira, Erika Novachi aproveitou para montar um quebra-cabeça com o garoto.
Erika está acostumada a enxergar o corpo profissionalmente criando coreografias ou dando aulas e, durante sua passagem pelo hospital, teve a tarefa de mostrar o corpo de forma lúdica. Crianças pequenas, como Pietro, já conseguem exploram o corpo, mesmo que de forma simples como mexer pés e mãos, e estes estímulos ajudam a desenvolver a coordenação motora, a memória, a melhorar os movimentos, entre outras habilidades. 

Belinda, a bailarina que conquistou a criançada do Pequeno Príncipe
 Hoje, muitos desenhos ou filmes infantis, como no exemplo acima, procuram meios de mostrar movimentos e incentivar crianças. Uma prova de que a magia da dança não tem idade ou meio ideal. Basta experimentar.
O que mais aconteceu nessa atividade no HPP? Fique de olho no blog e descubra.