Bailarinos do Guaíra em tarde de festa no Hopital Pequeno Príncipe |
As cadeiras coloridas colocadas no centro da Praça do Bibinha já anunciavam que algo diferente ia acontecer ali, na segunda-feira, dia 11 de junho.
Assim que a coreografia se iniciou, os olhinhos se iluminaram |
O espaço se iluminou com uma apresentação especial dentro do projeto Magia da Dança com os alunos da Escola de Dança do Teatro Guaíra, de Curitiba, uma das mais conceituadas do País.
Atividades lúdicas para pacientes e pais leva a dança para perto dos pequenos |
Uma vez por mês, o projeto leva uma atividade diferente para o Hospital Pequeno Príncipe como apresentação, palestra, atividades lúdicas, e outras.
Trecho da coreografia que retrata Bramca de Neve, a fada e os sete mineiros |
A coreografia de Patrícia Otto foi montada e escolhida especialmente para a apresentação e retratava Branca de Neve, a Fada e os sete mineiros. As crianças puderam ver o conto de fadas dos livros de histórias infantis em movimento e os bailarinos tiveram um sentimento diferente: em vez de dançarem no palco sob luzes, longe da plateia, agora eles dançaram muito perto das crianças, e estas, ao lado de seus pais e cuidadores, puderam ver detalhes da coreografia, do figurino, sentir a respiração dos bailarinos. Detalhes que, às vezes, o palco esconde.
Fada usando sapatilhas de ponta encantou a meninada |
A presença da Fada, que não está na história original, foi escolha do grupo de bailarinos, em conjunto com Patrícia Otto, para que a coreografia pudesse aproximar ainda mais as crianças da imagem da bailarina. “Fizemos essa construção juntos e eles pensaram na fadinha porque as crianças gostam de ver a bailarina com as sapatilhas de ponta”, explica. Assim, a Fada e a Branca de Neve, com suas sapatilhas, apresentaram solos e depois se juntaram a trupe de mineiros, que por meio da dança enfatizavam cada um dos personagens.
Proximidade com o público proporciona momento prazeroso aos bailarinos do Guaíra |
A identificação das crianças foi imediata e, claro, percebida pelos bailarinos. “Consegui prestar atenção em um menininho que ria muito! Na maioria das vezes, nos teatros, não temos proximidade com o público. No Pequeno Príncipe foi bem diferente. É mais legal, mais prazeroso de dançar”, fala Mariana Pereira, bailarina do grupo. Além de Mariana, participaram desta apresentação Beatriz Marinho, Beatriz Sarnowski, Marielly Batista, Ana Paula Monteiro, Eduardo Telma, Lucas Aleixo, Igor Martins e William Sprung.
Artistas ao lado das crianças: enriquecimento pessoal, conforme diz coreógrafa |
Para Patrícia, o convite da Revista de Dança (dentro do projeto Magia da Dança) para que a Escola de Dança do Teatro Guaíra fizesse uma apresentação dentro do Hospital Pequeno Príncipe foi “um enriquecimento pessoal”. Ela diz que os palcos e festivais são importantes, mas oportunidades como esta reabastecem o artista e o fazem pensar sobre a dança neste “outro chão, para outras presenças”. “Isso nos dá forças para outras coisas”, avalia.
Encontro
Fim da apresentação é marcado por momento poético |
A despedida dos bailarinos dos pacientes do Pequeno Príncipe foi especial. Eles entregaram para cada criança uma bexiga vermelha em formato de coração, um livrinho, lápis de cor e uma estrela pisca-pisca e, quando encontraram pelo corredor a paciente Lavínia dos Santos, 13, receberam uma mensagem importante, que ia além da entrega dos presentes.
Lavínia, o "anjo do amor": alegria ao ver a felicidade estampada na cara dos bailarinos |
“O que eu mais gosto é da felicidade, do sorriso de quem me dá o presente. Com esta estrela, vou fazer a balada dos anjos”, disse abraçando as bailarinas. Lavínia se titula um “Anjo do Amor” e foi com esse sentimento que os bailarinos saíram do hospital, com a sensação de que o amor transpõe barreiras e que cada um, com a sua própria arte, pode modificar a vida, o dia ou alguns instantes da vida de um outra pessoa.